Desatento

Um bilhete foi escrito,
Estava jogado no sexto de lixo,
Lá estava dizendo:
“Agora tanto faz, minha tristeza nunca foi percebida, mas
você é assim, existem coisas mais importantes pra fazer, para ver. Eu fingi ser
forte por muitas vezes, apenas um toque mais intenso seu recarregava minhas energias
eu chegava até o topo e de repente uma parada brusca, é muito tempo perdido
para você. Meu bem-querer, eu gritava pra dentro, tantas vezes eu explodi
chamando seu nome, apertando os lençóis da cama vazia, muitos instantes de
prazer isolada.”
A carta parecia ter terminado,
Mas na próxima dobra havia mais lamentos
Senti pena da criatura,
Continuava na escritura:
“você consegue sentir? Eu sei que não. Necessito explicar,
sim, me senti amada e feliz por muitas vezes, vivenciei um amor forte que me
batia na cara para nunca desistir de tudo construído. Sou estupida, pensei. Uma
palerma que não sabe decifrar o amor, ele deve ser assim depois de tantos anos,
será que o amor verdadeiro te deixa mais longe do contado físico e apenas
gestos são feitos? parece mais uma amizade sincera. Todas as minhas flamas foram diminuídas por um mar de nãos ,há uma
divergência em mim, já fiz e desfiz as malas enquanto escrevo. Será que eu te
abandono? Mas eu acordo e percebo que você me abandonou primeiro, e a
possibilidade de ter sido isso mesmo já não são possibilidades, mas certezas do
meu cognitivo. Eu não quero mais estar aprisionada a um amor que não exista
beijos e toques intensos, não me mande fazer isso sozinha, isso dói.”
E acaba, está com remetente: “para : o amor desatencioso”.
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