sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Raízes



Sei que as léguas há de nos separar,
Mas manda teu cheiro pra mim.
Quantos céus, quantas luas, quantas estrelas, quantos grãos irei de contar?
Responda minhas perguntas retoricamente falhas.
Há tanto verde para se admirar, mas onde está o verde de teus olhos?
Quanto mar, quantos barcos verei de atravessar para senti-lo novamente?
Quantos pássaros ouvirei cantar para poder agarrar-te em meus braços fracos?
Quantas folhas há de cair até sua volta sem retorno?
Peço-te beijos longos, daqueles que eu sinta o fundo de tua alma.
Mas quantas idades terei de ter para te fixar em meu território?
Mas quantas árvores terão de nascer para não existir tanta terra entre nós?
Pedirei abraços duradouros para que os vestígios da saudade sejam dizimados.
Mas quantas imaginações terei de imaginar para que eu as realize na sua presença?
Quantos sóis nascerão e  renascerão até que seja o sol de tua vinda?
Quantos medos terei de passar para poder provar das tuas divindades?
Quantos sorrisos terei de dar para ganhar a cota de tua visita?
Responda sem medo de errar as contas.
Quanto tempo terei de paralisar para possui-lo por mais uma noite?
Quantas milhas terei de remar para chegar até o nosso paraíso?
Quero ser uma tatuagem no teu corpo, lava, esfrega, mas não larga,
Quero ser tua sereia, que te encanta, canta, e ver sua dormência no fundo de minha água ardente,
Quero ser teu músculo, que dá força, sustenta, mas que te enfraquece de cansaço,
Quero ser o perfume, que te marca, cheira te impregnando de beleza,
Quero ser tuas raízes, que te agarra, amarra e te anexa aqui.

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