SAUDADES MATADAS E DESENCADEADAS

Ela estava em baixo do chuveiro quando sua visão ficou turva,
Turva por conta das lagrimas que ela tentava apoiar sobre a
linha d'água,
Pensava ela em correr pelas ruas procurando sua metade
perdida,
Mas sua civilidade lhe prendia, como uma camisa de força.
Fora de si, tentou mudar os moveis de lugar para ocupar a
mente confusa,
Mas acabou por desistir, pois a razão lhe obrigava a
entender o obvio,
As lembranças não são apagadas por ocupações momentâneas,
E a mobília fora do lugar não irá amenizar suas saudades.
Como se enganar? Não
existem disfarces para enganar o coração,
Seu nó na garganta a impedia de respirar, e sua fraqueza
estava no limite,
Ela não sabia os sintomas da morte, mas acabou de
conhecê-los por amor.
As 20h ela se jogou na cama e sentiu o cheiro dele, mas
sentiu a falta de seu corpo,
As 22h ela acordou e sentiu falta do sorriso dele lhe dando
conforto,
As 22h e 1 minuto ela
corre para pia do banheiro e tenta engolir o desespero,
Ao voltar para cama ela se sente castigada pelos anjos,
Ela não queria dormir, isso doía,
Ela não queria pensar, isso a atormentava.
Que solidão mais injusta,
Ela está no gramado de algum lugar e inconformada pede
favores ao universo,
Apague as luzes das
estrelas,
Esconda a lua,
Deixe o mar secar,
Prendam os pássaros, borboletas e qualquer ser que queira ser
livre,
Deixe o céu azul se perder no meio da escuridão,
E que o infinito seja finito aos olhos,
Cubra o sol ao tentar nascer,
Pois as saudades foram matadas, porém mais uma vez
desencadeadas.
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