Ninguém em casa

Foi uma sensação
desde o começo da semana,
O diferente nos permite novos sabores que as
vezes não queremos provar,
E se fosse fácil se
responsabilizar pela vida o medo não estaria presente.
Corpos unidos não
significam harmonia,
Talvez signifique
persistência de sobrevivência,
Amamos por nos fazer
bem, e não por fazer bem ao outro.
E se a solidão fosse
uma boa saída, seriamos sempre sozinhos,
A solidão é para os
fracos que não admitem a saudade,
E a experiência nos
dar direito de constatar verdades ditas por outros vividos.
Se eu chorei, foi
pela coragem existente em mim,
Por admitir no
espelho que não vai ser fácil para uma costas só,
que a competência adquirirei aos poucos, como
engatinhar sobre pedras,
Se as lagrimas
percorrem é por falta de costume, de não ter ninguém em casa.
A tv está ligada no
volume alto, para que não eu não possa ouvir meu próprio silencio,
Talvez meu nariz
sangre , que tenha febre e eu não saiba como me cuidar,
É porque ter uma
vida só pra você se necessita práticas ,
E se eu corri alguns
quilômetros, li alguns livros e escrevi até os dedos cansarem, é porque não tem
ninguém em casa.
Escute, lá fora
existem músicas e bebidas compartilhadas,
Eu tenho uma vodca
no fundo do armário que queria dividir com uma única pessoa,
Ao sair na rua o meu
corpo é o único que me acompanha,
Não estou vulnerável
existem tantas pessoas pelos bares só estou desacompanhada.
O desanimo de
voltar, por ter os movimentos repetidos,
Porque não se pode
sorrir na presença do ninguém,
Porque não posso
contar o meu dia tedioso,
Por ter duas chaves
e só uma pode ser usada,
Não posso receber critica, ou uma cocega
repentina, porque não tem ninguém em casa.
Preguei alguns
avisos na geladeira,
Liguei o
despertador, e acordei achando a cama maior,
E se sobrou comida
eu tive que colocar na geladeira,
Não irei desistir,
mas não estou feliz, porque ele não está em casa.
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